Você sabe o que é RH Holístico? Quando se faz uma leitura do contexto corporativo, essa uma das tendências apontadas em recursos humanos. O que significa que existe a demanda de um RH mais abrangente e mais sistêmico, dotado de um perfil diferente do tradicional. E esse perfil reúne algumas características como:
Geração de valor
O RH holístico preocupa-se em gerar valor para todos os stakeholders, principalmente os que estão mais diretamente ligados à organização: acionistas e empresários, lideranças e colaboradores. Isto é, cada um tem expectativas e necessidades que podem e devem ser observadas no contexto organizacional.
Alinhamento entre as práticas de RH e a realidade organizacional
Buscar adaptação dos processos, políticas e procedimentos da área à realidade e às demandas da empresa, é uma preocupação do RH Holístico, uma vez que preocupa-se em integrar todos os processos de gestão de pessoas.
Não é um RH que define políticas e processos, e reza para que milagrosamente sejam incorporados na prática, por isso, ele precisa entender o contexto externo da empresa. Isso significa que deve entender os desafios, as ameaças e oportunidades que a empresa precisa enfrentar no mercado em que atua.
Além disso, deve ser capaz de compreender o contexto interno: os objetivos, as necessidades, as forças e deficiências. Já que, só assim, poderá ajudar a desenhar processos, políticas e procedimentos alinhados ao negócio. Ou seja, o RH será mais estratégico e efetivo. Facilitando, também, as atividades da liderança na gestão da equipe, como
um verdadeiro business partner, ajuda na superação dos desafios da liderança na era da transformação digital, e ainda promove o desenvolvimento dos colaboradores.
Exemplo prático do RH tradicional
Imagine uma empresa que depende bastante de profissionais de TI. Olhando para o contexto de mercado, percebe-se que a demanda por profissionais de TI é maior que a oferta. Isto é, a quantidade de vagas abertas é maior que o número de profissionais disponíveis para ocupá-las.
Um RH tradicional justifica que o mercado é escasso, por isso, é difícil encontrar profissionais, além de atuar para convencer os requisitantes que é preciso entender que, em virtude desse cenário, o processo seletivo é muito mais demorado, que é preciso ter paciência. Porém, o mercado não tem paciência! Ele segue seu próprio ritmo. Se as empresas não acompanharem, o problema será só delas.
Exemplo prático do RH holístico
Já um RH holístico, entende a necessidade de contratar esses profissionais para completar a equipe. Assim como, o quanto a falta deles impacta os processos e o negócio. Ou seja, esse RH trabalha para minimizar o problema. Podendo fazer isso definindo, por exemplo, um processo seletivo preventivo e permanente, e assim transformando a busca por profissionais ativa o tempo todo e não somente quando abre uma vaga. Ou criando uma ação social de formação de profissionais de TI, uma espécie de celeiro que desenvolva pessoas nessa área.
Resumindo, esse RH é criativo e busca soluções ao invés de justificativas.
Geração de valor na prática
Neste exemplo, o RH gerou valor para a liderança, porque complementou a equipe rapidamente, encurtando o desfalque que causaria impactos no desempenho do líder. Além de gerar valor para a equipe evitando sobrecargas de trabalho pela falta de um profissional e/ou gerar valor para a empresa, evitando que a falta de um profissional traga impactos negativos para os processos e para a produtividade das equipes, já que isso impacta nos resultados da organizacionais.
O RH Holístico demanda equilíbrio
Faz parte ainda dessa abordagem holística, uma visão mais sistêmica, ou seja, um tratamento mais equilibrado entre os caminhos possíveis. Equilíbrio é palavra chave! Várias situações demandam essa competência do RH, por exemplo:
Equilíbrio entre o tecnológico e o humano
Por exemplo, tem que avançar no uso da tecnologia, na automação dos processos, sem perder o foco no humano. Essa preocupação já vem se desenhada há algum tempo, dentro da tendência da transformação digital.
Equilíbrio entre o pragmatismo x planejamento
O RH precisa ter uma pegada agile, lean, mas sem deixar de lado o pensamento, a reflexão o planejamento! Equilibrar uso da intuição combinado com a análise de dados. A simples análise da dados é robótica, impessoal. O people analytics é uma outra tendência que merece um capítulo à parte. Envolve a análise de dados para orientar decisões e planos de gestão de pessoas, mas não é o único remédio para todos os males! A intuição complementa a análise de dados e humaniza a ação ou a decisão.
Equilíbrio entre curto e longo prazo
O equilíbrio requerido nessa abordagem holística do RH envolve também foco no curto e longo prazo. Isto é, precisamos prever os impactos futuros das nossas decisões e planos de hoje. Por exemplo, pense em uma política de RH em que as pessoas bem avaliadas são reconhecidas com promoções ou aumento de salário. No presente, todo mundo fica feliz. Porém, no longo prazo isso não se sustenta. Isso porque, se não houver alinhamento dessa política com o crescimento do negócio só vai aumentar o custo de folha de pagamento. Além disso, vai deformar a estrutura de cargos. Por essa razão, é necessário agir no presente, pensando nas consequências das ações e decisões no futuro! Para que haja equilíbrio entre curto e longo prazo, o inverso também é verdadeiro! É preciso pensar o futuro desejado e agir no presente para construir esse futuro.
Equilíbrio entre o estratégico e o operacional
O equilíbrio também deve existir entre o estratégico e o operacional. É preciso pensar estrategicamente, sem perder de vista a execução. Aliás, a estratégia só acontece pelo trabalho operacional. Já que tem muita estratégia por aí lindamente estampada no papel, ou em uma pasta do computador, mas estratégia não acontece sozinha. É preciso ter gente para executar! A execução da estratégia tem de ser monitorada. E o monitoramento da execução da estratégia faz parte da gestão do desempenho, que é papel da liderança e foco dos processos de avaliação!
Resumo
Uma das tendências em RH é a abordagem holística. Envolve a geração de valor para os vários stakeholders, especialmente os empresários e acionistas, as lideranças e os colaboradores; Demanda pensamento sistêmico. Envolve um tratamento mais equilibrado entre curto e longo prazo, entre análise de dados e intuição, entre o tecnológico e o humano. Esse é um dos caminhos da evolução do RH!
Denise Lustri – CEO da Cohros
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